Ministros dos tribunais superiores, desembargadores, juízes, parlamentares,
procuradores, militares, advogados, defensores públicos, servidores e outras
personalidades receberam a Medalha de Mérito Desembargador Ruy Gouthier de
Vilhena, em cerimônia realizada hoje, 13 de junho. Noventa e oito pessoas
foram homenageadas no 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, em Belo
Horizonte.
A medalha é outorgada a profissionais que prestaram relevantes serviços à
Corregedoria-Geral de Justiça e à Justiça de Primeira Instância da capital e
do interior. O presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais,
desembargador Herculano Rodrigues, e o corregedor-geral de Justiça,
desembargador Luiz Audebert Delage Filho, participaram do evento.
Eles entregaram a comenda ao presidente do Tribunal Superior do Trabalho
(TST), ministro Antônio José Barros Levenhagen; ao presidente do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), ministro Arnaldo Esteves Lima; aos ministros do
STJ Assusete Dumont e Sebastião Reis Júnior e a outras personalidades.
Na cerimônia, foi lançada revista com o relatório de gestão do desembargador
Audebert Delage à frente da Corregedoria-Geral de Justiça. “Nestes dois
anos, com o imprescindível apoio dos juízes auxiliares e dos servidores da
corregedoria, trabalhamos muito para alcançar os objetivos apontados, sem
deixar de executar as demais funções desta Casa, não menos importantes, como
as de fiscalização e disciplinares”, afirmou o corregedor em texto na
publicação.
Após a condecoração, o público participou de um coquetel de congraçamento e
assistiu ao show “Flor de todo encanto”, um encontro com a brasilidade da
viola caipira com os músicos Adriana Lopes e Paulo Mourão.
Legado
O corregedor-geral de Justiça, desembargador Audebert Delage, em discurso,
citou Cora Coralina, Chico Xavier, Guimarães Rosa, Nietzsche, Milton
Nascimento e Fernando Brant para falar sobre trajetórias, dificuldades,
regiões do Estado, mineiridade, rito de passagem e amizade.
Ele falou sobre o mérito dos homenageados e revelou, especialmente, sua
preocupação com a saúde e a qualidade de vida de servidores e magistrados em
face dos milhares de processos nos fóruns e a crescente insatisfação do
cidadão que busca, no Judiciário, respostas para suas demandas e anseios por
justiça.
Emocionado, ele finalizou o discurso ressaltando as vitórias de etapas,
dizendo que o tempo à frente da Corregedoria foi gratificante e bom. “Fiz
amigos, contei com colaboradores leais, fui contemporâneo de grandes homens
e de grandes mulheres, participei de realizações que agora pertencem à
história do Poder Judiciário. O que mais posso querer?”, questionou.
Realizar e amar
O presidente do TJMG, desembargador Herculano Rodrigues, iniciou seu
discurso lembrando frase da escritora e compositora mineira Fernanda Melo.
“Amar é o começo, o primeiro parágrafo, a primeira nota. É o que canta e
encanta”, citou. Para ele, esse amor é essencial à vida e ao trabalho.
“Hoje, os agraciados comprovam que começaram sua carreira com a conjugação
do verbo amar. Só pode fazer bem, quem faz com o coração”. Segundo o
presidente, a Justiça e o Poder Judiciário necessitam sim de pessoas
interessadas em realizar e em amar.
O magistrado citou estatísticas e lembrou dos 6 milhões de feitos em curso
no Estado de Minas Gerais. Segundo ele, nos últimos 20 anos, a demanda de
processos aumentou mais de 5% ano a ano, e cresceu também a capacidade de
julgamento dos magistrados em mais de 6%. Mesmo assim, disse ele, o acervo
cresce em torno de 9,29%. “Os números causam inquietação, mas são motivo de
alento já que comprovam que o cidadão mineiro acredita na Justiça”,
sentenciou.
A comenda é entregue anualmente a magistrados, servidores do foro judicial e
do extrajudicial de seis regiões do Estado de Minas Gerais, além de pessoas
que tenham prestado relevantes serviços à Justiça.
Sacerdócio
Falando em nome dos homenageados, a desembargadora do TJMG, Cláudia Regina
Guedes Maia, destacou que teve o prazer de conhecer e conviver com o patrono
da medalha. Disse se lembrar do magistrado probo, firme e, ao mesmo tempo,
gentil. Ela reforçou ainda a importância de receber a comenda, elogiou a
atual gestão da Corregedoria, enfatizou a importância da Justiça de primeiro
grau e ressaltou problemas e algumas tentativas de calar ou esvaziar o
Judiciário brasileiro.
Para a magistrada, “agradecer é recompensar de forma equivalente”. Por isso,
fez questão de agradecer cada escrevente, escrivão, oficial de justiça,
auxiliares da contadoria, dos juizados e dos cartórios, além de estagiários,
assistentes e assessores que trabalharam com ela nos 24 anos em que atua
como magistrada. Ela agradeceu também familiares e amigos.
“Como diria meu saudoso pai: somos juízes 24 horas por dia, a magistratura é
um sacerdócio. Passei a entender o que ele dizia. A vida profissional que
invade a vida pessoal, sem respeito às horas, fins de semana ou feriados. O
sacrifício familiar para garantir o sossego do julgador”, definiu a
desembargadora.
Para a indicação dos agraciados, foram observados a abnegação, a
antiguidade, a dedicação, o dinamismo, a eficiência e o zelo no cumprimento
dos deveres funcionais. A medalha foi criada pela Portaria 75 de 25 de
novembro de 1986, e é concedida anualmente a título de condecoração.
A comissão também conferiu condecoração especial, por reconhecimento
póstumo, ao desembargador do TJMG Sebastião Pereira de Souza.
Confira aqui a
lista de agraciados. |