Belo
Horizonte (MG) - Pela primeira vez um censo foi realizado com os
registradores e notários de Minas Gerais. O objetivo principal da pesquisa
foi identificar o perfil dos cartórios do estado, através do levantamento
de informações sobre a estrutura, informatização das serventias, acesso à
internet, participação em cursos de aprimoramento, filiação em associações
de classe, e outros temas.
A pesquisa foi contratada pelo Recivil e pela Serjus/Anoreg-MG e foi
realizada entre os meses de julho a dezembro de 2013.
A pesquisa foi feita em duas partes. A primeira parte buscou conhecer as
principais características dos cartórios, como a situação do imóvel,
número de funcionários, uso da internet, programa de computador,
certificado digital, papel de segurança, Recompe-MG, dentre outros. A
segunda parte avaliou os serviços prestados pelas associações e sindicatos
de cada especialidade, e buscou levantar as principais lideranças do
segmento.
O trabalho foi realizado pelo Empec - Instituto de Pesquisas de Mercado e
Opinião, Projetos e Consultoria. Foram contatados cartórios dos 853
municípios mineiros, sendo que em 698 o entrevistador foi pessoalmente ao
cartório e em 155 o contato foi feito pelo telefone. Ao todo foram
realizadas 1.123 entrevistas.
Dos titulares entrevistados, mais de 37% entrou em exercício a menos de
cinco anos. Outros 15,8% tem entre cinco e 10 anos de profissão, e 33,9 %
mais de 20 anos. Mais de 60% dos cartórios estão instalados em imóveis
alugados e 31,9% tem imóvel próprio. 87,1% dos cartórios visitados tem no
máximo 5 funcionários e apenas 3,9% tem mais de 10 pessoas trabalhando.
Informatização da serventia e uso de computadores
Um dos pontos que mais chamou a atenção no resultado da pesquisa foi o
avanço em tecnologia que os cartórios passaram nos últimos tempos. Quase a
totalidade dos cartórios mineiros utilizam computadores na prestação
diária dos serviços. Porém, o número de computadores por serventia varia
muito. Mais de 60% das serventias tem entre um e dois computadores, e
menos de 10% delas tem até 10 máquinas.
A notícia boa é que 77,8% destas serventias são informatizadas, ou seja,
utilizam um sistema que gerencia o trabalho do cartório. Neste item não
foram consideradas as serventias que gerenciam os atos com planilhas no
Word ou Excel.
O gerente do Departamento de Tecnologia da Informação do Recivil, Jader
Pedrosa, atesta essa mudança. “Nos últimos anos, as serventias de Minas
Gerais têm passado por muitas mudanças, já que surgiram várias exigências
e novos serviços que, em sua maioria, são voltadas para a área de
tecnologia. Com isso os cartórios se viram na necessidade de se prepararem
para atender tais exigências aumentando em muito as serventias
informatizadas no estado”, declarou ele.
Dentre as 77,8% informatizadas, 43,1%, a maioria, utiliza o sistema
Cartosoft, que é oferecido e mantido gratuitamente pelo Recivil.
“O Cartosoft, apesar de necessitar de melhorias como todo sistema
informatizado, é um sistema que atende a maioria das exigências legais e
está em constante atualização, além de ser um sistema gratuito fornecido
pelo sindicato. O número de licenças aumentou muito do segundo semestre do
ano passado, posso afirmar com certeza que já chegamos a 1.000 licenças em
todo estado. Nenhuma instituição ou empresa particular de software ou
serviços atende as serventias como o sindicato atende hoje, em nenhum
estado do Brasil”, completou Jader.
Já em relação ao acesso à internet, 96,1% das serventias já utilizam a
rede, sendo que 89,7% afirmaram acessar diariamente. Apenas 2,6% dos
cartórios entrevistados não têm acesso à internet.
Para o presidente do Recivil, Paulo Risso, o resultado da pesquisa
demonstra que o sindicato está no caminho certo. “Há tempos eu queria
realizar este levantamento. È importante saber o que os nossos filiados
pensam, se estamos fazendo certo ou não, onde podemos melhorar. Eu fiquei
satisfeito com o resultado, estamos no caminho certo. No entanto, com esta
pesquisa, já percebi onde devemos melhorar também” declarou Risso.
Satisfação profissional
A maioria dos titulares se declarou satisfeita com a profissão, 91,7%,
sendo que destes 52% disseram estar satisfeitos e 39,7% muito satisfeitos.
Apenas 7,6% dos entrevistados declararam insatisfação com a profissão.
Em relação à atividade do cartório, 61,6% dos entrevistados afirmaram
estar melhorando, e 21,3 % acham que está piorando.
Para os que acreditam que o exercício da atividade está melhorando, 29%
afirmou que o principal motivo para isto é a informatização das
serventias. Já os que afirmaram que o exercício da atividade está
piorando, 35,2% acredita que o principal motivo da piora são as exigências
e a burocracia do setor público.
Meios de comunicação e acesso a informações
O principal meio de informações utilizado pelos titulares é a internet,
com 52,8% das respostas. Os entrevistados acessam o site do Recivil e da
Serjus/Anoreg-MG para se informar sobre assuntos relacionados à atividade.
O veiculo de comunicação mais lido pelos registradores e notários é a
revista Recivil, com 68,4% das indicações, seguida pelo jornal da Serjus,
com 14,3% das respostas.
Para 83,9% dos leitores da revista Recivil a publicação foi considerada
Ótima e Boa. Apenas 0,8% dos entrevistados votaram em Ruim e Péssima.
Os entrevistados sugeriram ainda que a revista Recivil tratasse mais sobre
temas relacionados aos Tabelionatos de Notas e sobre aposentadoria.
O site do Recivil também não fica pra traz. A maioria dos entrevistados,
77,6% acessa o site. Destes, 40% disseram acessar o site diariamente, e
21,6% de 2 a 3 vezes por semana.
Melina Rebuzzi, jornalista do sindicato, comentou o alto índice de
aprovação dos veículos de comunicação da entidade. “Este resultado mostra
que o nosso objetivo de levar a informação aos registradores civis está
sendo alcançado, principalmente porque a área notarial e registral
constantemente passa por mudanças, seja por uma nova lei que entrou em
vigor ou uma nova recomendação que os oficiais devem seguir. Por isso é
tão importante que os oficiais acessem o site do Recivil e leiam a
revista, já que são os meios de comunicação mais acessíveis a eles. O
trabalho para fazer a revista e manter o site atualizado demanda muito
tempo, dedicação, apuração das informações, estudo, pesquisa, contato com
profissionais da área, enfim, e tudo isso tentando cumprir os prazos para
que nada saia atrasado. É trabalhoso, mas vale a pena, ainda mais sabendo
desta avaliação positiva”, explicou Melina.
Recompe-MG
O Recompe-MG, responsável pela compensação dos atos gratuitos realizados
pelas serventias, também foi avaliado pela pesquisa. Mais de 60% dos
entrevistados avaliaram o departamento como sendo ótimo ou bom.
O trabalho do departamento é bem aceito pelos oficiais, 63,2% deles
disseram concordar com a maneira que o Recompe-MG trabalha e 17,9%
disseram discordar.
A pesquisa quis saber se os titulares encontram dificuldades para
encaminhar documentos ao setor, e 79,9% deles disseram não encontrar
dificuldades.
Papel de Segurança
Segundo a pesquisa, 44,7% dos cartórios utilizam o papel de segurança nas
serventias, porém 50% deles utilizam o papel que fora fornecido pela Casa
da Moeda do Brasil, entidade que atualmente não presta mais este serviço.
Este dado chamou a atenção para uma demanda que surgirá em breve.
O que também chamou atenção dos entrevistadores é que muitos cartórios não
souberam distinguir a diferença entre papel de segurança e etiqueta de
segurança.
Atendimento prestado pelo Recivil ao registrador
A quase totalidade dos entrevistados, 95,9%, já manteve contato direto com
o Recivil. De acordo com a pesquisa, 68,3% deles fazem contato pelo menos
uma vez por mês, e 16% deles entra em contato de três em três meses.
Dos titulares entrevistados, 74,8% utilizam o telefone para entrar em
contato com o Recivil.
A diretora do Recivil e registradora da cidade de Espinosa, Ana Cláudia
Viana França, comemorou o resultado. “A pesquisa demonstra claramente a
importância do Recivil na vida dos oficiais. A maioria dos avanços, para
não dizer a totalidade, veio com o trabalho prestado pelo Recivil, em
especial com o empenho e carinho de Paulo Risso pelos cartórios pequenos.
Hoje o sindicato é um dos melhores de Minas Gerais, que trabalha
efetivamente pelos seus filiados”, destacou ela.