O Plenário do Senado aprovou nesta
terça-feira (30) o projeto que autoriza os cartórios a ampliarem seu
horário de funcionamento para além das seis horas diárias e permite que os
tabeliães de notas façam diligências e atos fora da sede do cartório (PLS
15/2018). A proposta é proveniente do trabalho da Comissão Mista de
Desburocratização e segue agora para a análise da Câmara dos Deputados.
O relator da matéria, senador Lasier Martins (PSD-RS), recomendou a
aprovação do texto com uma emenda. Do senador Eduardo Lopes (PRB-RJ), a
emenda determina que essa autorização aos tabeliães de notas para
realização de serviços externos deverá se limitar a atos de competência
exclusiva da categoria. Essa providência impede que eles invadam
competências atribuídas a outras classes de notários e registradores.
“A emenda merece acolhida, pois pretende evitar a interpretação de que o
tabelião de notas poderia, excepcionalmente, praticar atos da competência
de outras categorias de notários e registradores, como tabeliães de
protesto de títulos, oficiais de registro de imóveis ou oficiais de
registro civis das pessoas naturais. De fato, não seria lógico que os
tabelionatos de notas, apenas por estarem realizando atos fora da sede da
serventia, pudessem invadir a competência própria de outros cartórios”,
considerou Lasier, em seu relatório.
Comissão de Desburocratização
O PLS 15/2018 foi elaborado pela Comissão Mista de Desburocratização e
altera a Lei dos Cartórios (Lei 8.935/1994). Muitos tribunais definem o
funcionamento dos cartórios em seis horas diárias e não admitem a
possibilidade de ampliação desse expediente. Com a proposta, essa extensão
do horário será possível apenas com a comunicação ao juiz, sem necessidade
de sua autorização.
De acordo com a lei, o atendimento nos cartórios, nos finais de semana e
feriados, é feito em regime de plantão. A norma também impede o tabelião
de notas de exercer atos de seu ofício fora do município onde o cartório
está localizado.
Para o relator do projeto na Comissão de Mista de Desburocratização,
senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), “não deveria haver obstáculo algum a
que os oficiais praticassem atos nos finais de semana e em períodos
noturnos, especialmente porque a necessidade do mercado e dos indivíduos
reclama esses serviços a todo momento”.
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