O fim da exigência do
reconhecimento de firma no Estado de São Paulo não é novidade para a
entidade representativa dos cartórios no País, a Associação dos Notários e
Registradores do Brasil (Anoreg). Segundo seu presidente, Rogério Bacellar,
o que o governador José Serra (PSDB) anunciou na terça-feira é uma norma
antiga. “Isso existe desde os tempos do Beltrão, quando ele determinou as
normas para acabar com a burocracia”, disse, referindo-se ao ex-ministro
da Desburocratização Hélio Beltrão, responsável por dar início ao
processo, na década de 1970.
Apesar de não ser obrigatório em todos os contratos, Bacellar afirma que o
reconhecimento de firma é, por costume, uma exigência das partes
envolvidas, que buscam assegurar a legitimidade das assinaturas. “Quando
um político faz uma denúncia por meio de um documento, faz questão de
mostrar que é autenticado”, diz.
As conseqüências dessa etapa da desburocratização paulista, para ele, não
deve ser prejudicial para os cartorários. Pelo contrário: como os
cartorários e tabeliães têm responsabilidade civil e criminal sobre os
documentos que autenticam, a redução da quantidade de fraudes pelas quais
eles podem responder diminui.
A possível queda de arrecadação dos cartórios não o preocupa. Bacellar
admite que o movimento pode cair, mas aposta na qualidade dos serviços
prestados para que os cartórios continuem essenciais. “Processos de
divórcio, que costumavam demorar anos na Justiça, fazemos agora em alguns
dias. A população reclama da lentidão porque não sabe usar o cartório.”
O Estado de S. Paulo -SP
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