A preocupação e o receio de
ter as terras demarcadas como áreas indígenas têm afastado os investidores
do Estado de Roraima. As imobiliárias continuam registrando o interesse de
pessoas que querem comprar propriedades rurais para desenvolver projetos
agrícolas, porém, já não com tanta freqüência como em anos anteriores.
“Antes da demarcação da área indígena, muita gente vinha para Roraima
investir na região. Mas, devido à insegurança dos investidores em relação
à legalização das terras, caiu um pouco a procura pelas propriedades
rurais”, contou o corretor de imóveis Juan Sales.
Uma outra corretora de Boa Vista recebe vários e-mails por mês solicitando
informações sobre preço da terra no Estado. “Devido à demarcação da área
indígena, as pessoas dão preferência às terras que tenham toda a
documentação legalizada em cartório de registro de imóveis”, disse
a supervisora de vendas de Imóveis, Rosmery Malinowski.
A questão da legalização das terras de Roraima, que não foram repassadas
oficialmente pelo Governo Federal quando Roraima virou Estado da
Federação, é o assunto prioritário da Procuradoria-Geral do Estado. O
procurador Luciano Queiroz, que assumiu a pasta no final de janeiro, disse
que a Procuradoria estaria empenhada “24 horas” para resolver o problema.
Em relação a outros estados brasileiros, o preço da terra (propriedades
rurais) em Roraima ainda é baixo, segundo os corretores de imóveis. Um
hectare de terra, no interior, com título regularizado no cartório de
registro de imóveis, chega a custar de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil.
“No Estado do Mato Grosso, por exemplo, um hectare de terra também
regularizado, varia de R$ 15 mil a R$ 30 mil. O nosso maior problema mesmo
é o temor em relação às áreas indígenas e a legalização das terras”,
contou o técnico de Contabilidade de uma imobiliária de Boa Vista,
Francisco Barbosa.
(Folha de Boa Vista/RR, Seção Cidades, 13/2/2008).
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